Blog do Prof. Pascoal Vaz

sábado, 17 de setembro de 2011

MENININHA MORRE POR FALTA DE UTI

O texto da Fabiana comove e causa indignação. A seguir a ele fiz comentário com propostas

Postado por: Fabiana Honorato - Subeditora de Baixada Santista - 15/09/2011


    Ao ler o texto sobre a morte de uma menina de 2 anos e dez meses, por falta de uma unidade de terapia intensiva (UTI) no Hospital Guilherme Álvaro (HGA), em Santos, tive a vontande instintiva de pegar minha bolsa, levantar da minha mesa de trabalho e correr para casa, ao encontro dos meus filhos. Um deles com idade próxima à da criança que veio de Cananeia em busca do hospital tido como referência na região.

    Impossível não fazer comparações numa situação destas. Da mesma forma, impossível não se comover, indignar, revoltar ao saber que uma vida fora perdida pela ausência de uma estrutura adequada.

    Mas seria muito cômodo, no conforto da minha casa, lamentar a perda que uma família chora exatamente agora.

    Assim como os funcionários que denunciaram o caso a A Tribuna, espero fazer parte de uma corrente que resulte na mudança de uma situação triste e perigosa para toda a região.

    Seria necessário tanto tempo para a reforma de um setor imprescindível para toda a região? De que forma o hospital poderia reverter a carência destes leitos, garantindo a mesma estrutura para quem precisa do atendimento na UTI? Quantas crianças precisarão morrer para que o Governo do Estado perceba a urgência de mais leitos pediátricos de UTI na Baixada Santista.

    São questionamentos que muitos se fazem e para os quais faltam respostas coerentes e convincentes. Afinal, não podemos aceitar que um hospital do porte do HGA precise dividir seus especialistas entre dois setores por falta de profissionais que aceitem o salário oferecido para tamanha responsabilidade.

    No entanto, fica muito fácil decidir certas reestruturações, para encobrir o sol com a peneira, sentando em uma sala climatiza e sendo servido com cafezinho fresco.

    Se, por um instante, os donos da caneta se colocassem no lugar dos pais da menina de Cananeia talvez os rumos da saúde na região e no Brasil poderiam começar a mudar.

    Não é porque eu posso ter um atendimento privilegiado, graças ao plano de saúde, que deixarei de lado a briga pela saúde pública de qualidade.

    Vale lembrar, ainda, que as eleições estão batendo à porta e é nesta hora que podemos separar o joio do trigo, escolhendo quem se compremete com a nossa região, na teoria e na prática. E excluindo aqueles que nos usam como plataforma, para galgar a passos largos a escadaria do poder, sem nada fazer pelos seus eleitores.

    Diante de um desfecho tão triste e irreparável como a morte de um filho, talvez a indignação possa nos instigar a fazer melhores escolhas e cobrar a execução de medidas que assegurem os direitos básicos de um cidadão.

    Para que as lágrimas não corram em nossos próprios rostos.

    Comentários

    José Pascoal Vaz , 17/09/2011
    A dor e a indignação da Fabiana é a dor de todos nós. O ponto central é mesmo a indiferença daqueles que deveriam fazer sua obrigação e não fazem, simplesmente porque não se colocam no lugar dos mais necessitados. É que, quando precisam, são atendidos em serviços privados. Seria o caso de os governantes e seus nomeados (sejam do executivo, legislativo, judiciário) se comprometerem, ao tomar posse, a dar preferencia aos serviços públicos de saúde em caso de adoecerem, e sem privilégios no atendimento quanto à espera e qualidade. Mas isto é utopia. De concreto poder-se-ia criar um Observatório da Saúde. Não sabemos nada, e creio que as autoridades tb. não, sobre o atendimento público e privado da saúde na Bx. Santista. Sabemos do caos por casos que nos chegam, como o da velhinha que ficou 20 dias de femur quebrado à espera de cirurgia por falta de vagas, da estúpida morte dessa menininha etc. Com informações corretas poderiamos pressionar fortemente as autoridades. 

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