Acabo de enviar à A Tribuna a carta abaixo, com o título acima, sobre o programa de "erradicação" da extrema pobreza em Santos.
Acabo de ler em A Tribuna de 07/09/2011 que o prefeito Papa sancionou seu projeto de “erradicação” da extrema pobreza. O programa respondeu rapidamente ao apelo da presidente Dilma para que todos se engajem na luta contra a pobreza. Foi, no entanto, maculado pela falta de discussão sobre o parâmetro decretado para delimitar a “extrema pobreza”: R$ 70,00 mensais por pessoa, também adotado pelo programa Brasil sem Miséria de Dilma. Este valor é apenas 9% do mínimo previsto pela Constituição para que uma pessoa viva com dignidade. Se uma família tem ganhos mensais de R$ 45,00 por pessoa (renda do trabalho mais outros benefícios), a prefeitura de Santos complementará com R$ 25,00 por mês totalizando, para as 2529 famílias detectadas, R$ 3,3 milhões/ano, ou 0,24% do orçamento. O Brasil tem condições de estabelecer parâmetro maior e Santos mais ainda, pois seu PIB per capita é três vezes o do país. É só priorizar melhor o gasto público. Lamentável a discussão pífia ocorrida na Câmara de Vereadores. Uma oposição mais forte teria enriquecido o programa. Mais lamentável ainda é acreditar que tal programa erradica a extrema pobreza.
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